
Você vai dizer:
"-Eu não fiz por mal"
"-Eu não quis te magoar"
(...)
Perdoa por eu não poder te perdoar!
Dói muito mais em mim não ter a quem amar
Ecoa em mim o silêncio dessa solidão
Pudera eu viver sem coração (...)
(Fresno)
Aprender a viver com a raiva, com a mágoa e com a solidão. Dores que não se curam com remédios receitados por um médico.
Fechar os olhos, enxergar o seu coração com um corte tão profundo, sentir que aos poucos o sangue está se esvaindo, mesmo assim você ainda se forçando a sorri, mostrar felicidade onde não há, demonstrar força a ponto segurar a mão de um amigo quando nem mesmo tem forças para reergue a sua.
Aprender a viver assim é mais duro do que parece. Ao chegar em casa, entrar no quarto sentir uma sensação estranha, a cama vazia, intocável... Fria.
Conviver com a mágoa é muito mais triste e difícil do que conviver com a solidão. A mágoa te faz lembrar a todo momento que ela é resultado direto de algo/alguém que você acreditava fielmente e em algum momento quando você baixou a guarda e fechou os olhos totalmente, e tudo que você acreditou ser, se tornou “sonhos e lembranças”. Foi como se fosse algo lançado ao seu coração para perfurá-lo e talvez tenha feito mais do que isso, talvez tenha dilacerado.
Seus sentimentos e sua alma, deixando-o mortalmente ferido, fazendo desacreditar em tudo e em todos, te fazendo recusar o mundo, um suicídio lento do ‘ser’.
A solidão diferente da mágoa só te faz ver o quanto é sozinho, ela te mostra que não há muitos amigos, que as festas são passageiras e que a única companhia é a própria sombra e até mesmo disso duvido, pois ao me esconder na escuridão até mesmo ela desaparece.
Viver com essas coisas são difíceis, quase impossíveis. Para piorar as vezes a razão insiste em te confirma tais dores por gestos, palavras e atitudes, algumas aparentam ter algum prazer em te ver sofrer e apenas pensamos ‘’vai passar’’ é o que dizem também, mais será que vai mesmo ou isso é só para aumentar a dosagem do prazer ao ver qualquer lágrima?
A minha verdadeira raiva é não poder tirar de mim a fonte de tanta dor, não poder arrancar o meu coração e mandá-lo para o mais fundo abismo com tudo e todos aqueles que me fizeram e me fazem sofrer. A minha verdadeira raiva é saber que estou morto porém ainde respiro.
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